Painel em São Paulo repercute a adoção da tecnologia baseada na natureza como geradora de sustentabilidade para o agronegócio.

(Foto: Paulo Roberto D’Agustini/CLB)
São Paulo, 6 de junho de 2025 – Com uma área potencial tratada de mais de 156 milhões de hectares na safra 2024-2025, os bioinsumos são uma realidade nas lavouras brasileiras. A sustentabilidade agregada ao setor pela tecnologia foi tema de debate no Global Agribusiness Festival (GAFFFF) 2025, realizado nessa quinta-feira (6), no Allianz Parque, em São Paulo (SP). Eduardo Leão, diretor-presidente na CropLife Brasil (CLB), associação que representa a indústria de pesquisa e desenvolvimento de bioinsumos, mediou o painel.
Com o tema “Intensificando a Sustentabilidade do Agronegócio e a Megatendência dos Bioinsumos”, Leão levantou questões sobre o papel dos bioinsumos na agricultura brasileira, o potencial das novas tecnologias para aumentar a produção de alimentos e a importância do manuseio adequado para garantir a eficácia para os debatedores.
O executivo destacou a crescente adoção da tecnologia no país: “Hoje, no Brasil 26% das terras cultivadas já utilizam bioinsumos, e isso ocorre porque o produtor percebeu que é uma tecnologia sustentável e que está dando retorno,” afirmou. Ele acrescentou a dimensão que o mercado brasileiro assumiu com o aumento da adoção da tecnologia: “atualmente, o uso de produtos biológicos no campo é quatro vezes superior à média global,” informou Leão.
Cláudio Brisolara, economista da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (FAESP), destacou o potencial transformador dos bioinsumos: “Têm capacidade de levar a agricultura brasileira para outro patamar. Nós temos um potencial de biodiversidade escondido no Brasil e estamos apenas no começo. Para melhorar a qualidade e aumentar a produção é preciso capacitar e educar as pessoas sobre a utilização,” apontou Brisolara, um dos painelistas,
Para Frédéric Beudot, líder global de biológicos da Corteva Agriscience, os bioinsumos contribuem para a mitigação de pragas e possibilitam a produção de mais alimentos, especialmente em um cenário de crescimento populacional e aumento da demanda por alimentos. “Os bioinsumos deixam de ser uma tendência e passam a ser uma necessidade no campo”, afirma o executivo da Corteva, uma das associadas à CropLife Brasil.
Além deles, a diretora de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Ministério da Agricultura (MAPA), Edilene Cambraia, e o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero, também participaram do painel.
Abertura do evento destaca protagonismo brasileiro no setor

(Foto: Paulo Roberto D’Agustini/CLB)
Durante a cerimônia de abertura, que ocorreu durante a manhã de quinta-feira (5), no Dia Mundial do Meio Ambiente, o presidente da DATAGRO, Plinio Nastari, ressaltou a importância do agronegócio para a economia brasileira. “A economia brasileira não seria o que é sem o agro. Foi com a evolução do setor, que passamos de um país importador para exportador de alimentos e energia limpa e renovável. O agro do Brasil entrega volume, sanidade, diversidade, qualidade e sustentabilidade a preços justos para o consumidor e competitivos para o produtor”, ressaltou Nastari.
A solenidade contou com a presença de autoridades, entre governadores [Romeu Zema, de Minas Gerais; Eduardo Riedel de Mato Grosso do Sul; Ronaldo Caiado de Goiás; Antônio Denarium de Roraima; e Tarcísio de Freitas de São Paulo]; do prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes; do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion.
A senadora Tereza Cristina e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também esteve presente e destacou o protagonismo do Brasil no equilíbrio entre produção e preservação ambiental. “Somos o setor que mais preserva, com mais de 30% da vegetação nativa localizada dentro de propriedades privadas. O Brasil tem 66% de seu território preservado”, afirmou Cristina.
Sobre o GAFFFF
Organizado pela DATAGRO desde 2012, o GAF é reconhecido como o principal fórum mundial do setor, promovendo discussões sobre sustentabilidade, inovação tecnológica, comércio internacional, segurança alimentar e políticas públicas. Em 2024, se tornou também um festival com feira de negócios (Fair), gastronomia (Food) e entretenimento (Fun), o Global Agribusiness Festival (GAFFFF).