CropLife Brasil participa de discussão sobre a importância da saúde do solo para os desafios de segurança alimentar e conservação da biodiversidade.

(fotos: Paulo Roberto D’Agustini/CLB)
São Paulo, 6 de junho de 2025 – Tudo começa pelo solo. Ou melhor, com a saúde do solo. Esse foi o mote do painel “Agricultura Regenerativa: Desafios para um Crescimento Sustentável”, realizado durante o Global Agribusiness Festival (GAFFFF) 2025, nessa sexta-feira (6) no Allianz Parque, em São Paulo. A gerente de Sustentabilidade, Biodiversidade e Boas Práticas na CropLife Brasil, Claudia Quaglierini, representou a indústria de tecnologias agrícolas durante o debate.
A cientista do solo, engenheira agrônoma e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Virginia Damin, apontou a agricultura regenerativa como caminho para a saúde única. “Ela é fundamental para saúde humana, animal, das plantas e do meio-ambiente. Elas estão interconectadas,” refletiu Damin. A pesquisadora informou que hoje há mais de 15 mil hectares de solo em processo acelerado de desertificação. “Solos jovens se degradam e se recuperam mais rapidamente, como nós. Solos mais velhos demoram mais. Por isso, são fundamentais esses processos regenerativos,” destacou a cientista.
O CEO da Rizoma Agro, Pedro Paulo Diniz, que desenvolve sistemas agroflorestais para fruticultura, ressaltou que o manejo, atualmente, é um grande desafio para colocar esses sistemas em prática, por conta dos altos investimentos em mecanização e mão-de-obra.
O diretor-presidente do Grupo Roncador, Pelerson Dalla Vecchio, disse que o objetivo inicial era buscar resultados e que, no caminho, encontrou a sustentabilidade. “São coisas que caminham juntas e trazem o melhor resultado econômico,” afirmou. O executivo destacou que o campo é um organismo agrícola vivo, que precisa de sustentabilidade econômica, social e ambiental. Ele informou que a oferta de Integração Lavoura, Pecuária, Floresta (ILPF) nas fazendas do grupo impediu a degradação da pecuária extensiva no solo. “Produzimos hoje 158 mil toneladas de alimentos e, ao mesmo tempo, diminuímos a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) em quantidade equivalente a mil carros rodando”, informou.
A representante da CropLife Brasil (CLB) no painel, Claudia Quaglierini, destacou os desafios globais atuais, como a população crescente – será necessário o aumento em 50% na produção de alimentos até 2050, na mesma área – e a pressão sobre os ecossistemas. Ela apresentou as alternativas postas à mesa para a solução. “As tecnologias, como melhoramento de plantas, biotecnologia, defensivos químicos e biológicos, fertilizantes. Em seguida os sistemas de produção, como Plantio Direto, ILPF, Irrigação, Manejo Integrado de Pragas e recuperação de áreas degradadas. E por fim os sistemas de gestão,” informou. Como benefícios da agricultura regenerativa, Claudia esclareceu que há menor erosão, redução de resíduos, maior biodiversidade, alimentos nutritivos, sistemas alimentares mais resilientes, sequestro de carbono e rentabilidade a longo prazo. “A agricultura regenerativa busca melhorar ativamente a saúde do solo e preservar o solo é a nossa riqueza. Tudo começa pela saúde do solo,” enfatizou.
O painel realizado no palco principal do GAFFFF, conduzido pelo presidente do Instituto Nova Era, Vinicius Biagi, encerrou os debates dos dois dias de evento. O festival é um dos maiores festivais de cultura agro do mundo e, pelo segundo ano seguido, combinou conteúdo técnico, feira de negócios, gastronomia e entretenimento. A CropLife Brasil é uma das apoiadoras e correalizadoras do evento promovido pela Datagro.
Sobre a CropLife Brasil
A CropLife Brasil (CLB) é uma associação que reúne empresas, especialistas e instituições que atuam na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias em quatro áreas essenciais para a produção agrícola sustentável: defensivos químicos, bioinsumos, biotecnologia e germoplasma (mudas e sementes).
Sobre o GAFFFF
Organizado pela DATAGRO desde 2012, o GAF é reconhecido como o principal fórum mundial do setor, promovendo discussões sobre sustentabilidade, inovação tecnológica, comércio internacional, segurança alimentar e políticas públicas. Em 2024, se tornou também um festival com feira de negócios (Fair), gastronomia (Food) e entretenimento (Fun), o Global Agribusiness Festival (GAFFFF).