Produtos desenvolvidos por Mariangela Hungria foram utilizados em mais de 40 milhões de hectares no Brasil e geraram economia de até R$127,5 bilhões por ano aos agricultores.

A engenheira-agrônoma e pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Mariangela Hungria, ganhou o Prêmio Mundial da Alimentação, o chamado “Nobel da Agricultura”, por seu trabalho no desenvolvimento de técnicas de fixação de nitrogênio no solo pelo uso de bioinsumos. Mariangela, que é a primeira mulher brasileira a conquistar o prêmio, recebeu a premiação na terça-feira (13) pela World Food Prize Foundation.
“Jamais sonharia em chegar a esse prêmio. Com todas as limitações de pesquisa que temos. Venceu a perseverança de jamais desistir da certeza de que é possível fazer uma agricultura produtiva e sustentável tendo como grandes protagonistas os microrganismos”, escreveu Mariangela em publicação em sua rede social.
O tratamento em sementes desenvolvido pela engenheira-agrônoma colaborou para o aumento significativo na produtividade das culturas de soja, milho, feijão e trigo, além de reduzir a necessidade de outros insumos agrícolas, como os defensivos químicos. Com isso, estima-se que os produtos desenvolvidos pela pesquisadora tenham sido utilizados em mais de 40 milhões de hectares no Brasil, o que ocasionou em uma economia de até R$127,5 bilhões por ano em custos de insumos aos agricultores brasileiros.
Mariangela tem mais de 40 anos de carreira, é membro titular da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Brasileira de Ciência Agronômica e da Academia Mundial de Ciências. Também é professora e orientadora da pós-graduação em microbiologia e em biotecnologia na Universidade Estadual de Londrina (UEL), e na Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e na Sociedade Brasileira de Microbiologia.
A CropLife Brasil parabeniza Mariangela Hungria por essa conquista histórica, que reconhece a excelência da ciência brasileira e o papel dos bioinsumos na construção de uma agricultura mais sustentável e inovadora.