Último encontro reuniu mais de 80 participantes; discussão apresentou processos de segurança aos trabalhadores e residentes do campo.

A CropLife Brasil (CLB) concluiu nesta terça-feira (28) a série de Diálogos CLB – Segurança dos Agroquímicos e trouxe como último foco a segurança humana. A jornada de três encontros explorou aspectos relacionados aos critérios e análises da indústria de defensivos químicos e os processos de avaliações de risco. Os eventos são exclusivos para os associados, e voltados às áreas técnicas e transversais.
A terceira discussão, que reuniu 83 participantes de forma híbrida, apresentou processos de segurança e avaliação de risco de aplicadores, trabalhadores, residentes e transeuntes. O objetivo foi discutir como são realizados estudos de potencial risco conforme exposição, quais os limites diários aceitáveis e estimados de contato com agroquímicos por seres humanos, fatores de influência e ações de mitigação que diminuam a exposição dos chamados operadores (agentes envolvidos no contato com defensivos, durante o trabalho), conforme baliza a legislação.
A palestrante foi Daniele Lautenschalaeger, toxicologista regulatória e responsável pelas estratégias de segurança humana na América Latina pela Bayer Cropscience. Daniele é formada em Medicina Veterinária pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduada em Ciências Toxicológicas pela Faculdade Oswaldo Cruz.

“O risco é sempre uma função do perigo e da exposição. Tudo pode ser perigoso, inclusive a água. Então, neste sentido, a indústria tem dialogado com as autoridades de que não fazia sentido avaliar apenas sob a ótica do perigo de uma exposição e sim, que nesta equação, precisava ser levado em consideração a exposição”, destacou Lautenschalaeger. Segundo ela reafirma, os estudos no país têm sido representativos, conforme a realidade brasileira de prática.
A toxicologista exemplificou os tipos de estudos que são feitos para avaliação do risco dietético (via oral, sujeitos ao tempo, via e janela de exposição) e o risco não-dietético (via dérmica e/ou inalatória). Detalhou ainda os cálculos considerados no processo regulatório da indústria dos agroquímicos e os requerimentos para permissão do uso pelo trabalhador. Ao fim, ressaltou o acordo de cooperação técnica (ACT) entre o Instituto PROHUMA e a Anvisa, firmado em 2020, que desenvolveu um banco de dados genérico de exposição para consulta entre pesquisadores da área, de acesso público.

A série foi organizada pela equipe de Defensivos Químicos da CLB. “A ideia dos eventos era elucidar informações, e acredito que o objetivo foi atingido. Conseguimos conectar pessoas aos temas que circundam a área de defensivos químicos. Sei que foi de muita valia para termos esclarecimentos de assuntos técnicos que muitas vezes nos aparecem, durante o dia-a-dia, e precisamos sanar”, destacou o especialista em Assuntos Regulatórios de Defensivos Químicos da associação, Rafael Cordioli.