Associação é parceria do evento que aconteceu em Gramado-RS e compôs mesa redonda como representante da indústria de P&D em soluções agrícolas.
O uso de bioinsumos registrou crescimento de 13% na safra 2024/2025, alcançando mais de 156 milhões de hectares de área tratada potencial no Brasil. O dado evidencia o protagonismo desses insumos nas lavouras, impulsionados pela busca por eficiência produtiva e sustentabilidade no campo. Esse cenário foi o foco da participação da CropLife Brasil no 18º Simpósio de Controle Biológico (SICONBIOL), realizado de 14 a 18 de setembro em Gramado (RS).
No evento internacional sobre controle biológico voltado para a academia, a CLB levou ao debate a importância da regulamentação da legislação vigente para o futuro desses produtos e contou com a participação de 70 profissionais na mesa redonda promovida no dia 17.
A diretora de Bioinsumos da CropLife Brasil, Amália Borsari, destacou na ocasião as nuances presentes na legislação vigente após o Marco Legal de Bioinsumos (Lei nº 15.070/24), os desafios da regulamentação e os impactos para as empresas de produtos para pronto-uso, atuantes na indústria de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em soluções agrícolas. “Ao nos aproximarmos de duas décadas do Siconbiol, reconhecemos como a ciência transformou a indústria de biológicos. É sobre esse legado que seguimos avançando, construindo uma regulamentação à altura. O objetivo é assegurar que as normas não sejam um entrave à inovação, mas sim o alicerce que sustenta e impulsiona seu pleno desenvolvimento”, considerou a diretora.
Dividiram com ela a conversa o coordenador-geral de Fertilizantes, Inoculantes e Corretivos do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Henrique Bley; o diretor de Assuntos Regulatórios & Científicos na Associação Brasileira de Bioinovação, Antonio Marcos Pupin; e a bióloga, PhD em agronomia e pesquisadora, Rose Monnerat, na mediação do encontro.
A programação também abordou temas como qualidade e inovação em biológicos, integração dos biológicos no Manejo Integrado de Pragas (MIP), e fomento a inovação das indústrias brasileiras. “Esses conteúdos reforçam a visão de que a competitividade do Brasil no setor depende da ciência de ponta, da previsibilidade regulatória e do estímulo à pesquisa aplicada, alinhando a biodiversidade nacional com a geração de soluções escaláveis e sustentáveis”, concluiu Amália Borsari.
Os diversos fóruns e encontros do evento tiveram ainda participação de associadas CropLife que atuam no setor de P&D, como Ballagro, Corteva Koppert, Lallemand, Promip e Vittia.
O 18º SINCOBIOL é um evento organizado pelo Centro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado (CPACT) – Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) e pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e promovido pela Sociedade Entomológica do Brasil (SEB), reunindo uma equipe multidisciplinar que representa diversos segmentos dessa área essencial. As últimas edições reuniram cerca de 1.000 congressistas, ente pesquisadores, profissionais do agronegócio, produtores rurais, empresas e acadêmicos.
Crescimento do setor
Levantamento divulgado pela CropLife Brasil em maio deste ano revela que a utilização de bioinsumos aumentou 13% na safra 2024/2025 no país, atingindo mais de 156 milhões de hectares – de área tratada potencial. Nos últimos três anos, o setor registrou uma expansão média anual de 22%, índice quatro vezes superior à média global. A expectativa é que o mercado mundial avance 13% ao ano até 2027, ultrapassando US$ 20 bilhões – o que representará mais de 40% do valor total de mercado em 2024.
Projeto Bioinsumos do Brasil
O Brasil é uma das agriculturas mais competitivas do mundo e é líder em produção agrícola tropical. Ciente do papel decisivo do país neste cenário, a CropLife Brasil e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) lançaram o projeto setorial “Bioinsumos do Brasil”, uma iniciativa estratégica para consolidar posição como protagonista mundial na oferta de soluções agrícolas baseadas na natureza. O objetivo é expandir o comércio da indústria brasileira de bioinsumos em outros países e fomentar a imagem da agricultura e a agroindústria brasileira no exterior.