COP30: CropLife Brasil promove workshop técnico sobre recuperação de pastagens degradadas

Iniciativa conjunta ao IICA, primeiro encontro reuniu agentes do setor na articulação de ações concretas para entrega de documento a agenda do Clima.

A CropLife Brasil e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) promoveram nesta quarta-feira (13) o Workshop Técnico: Recuperação Produtiva de Pastagens – Integração de Soluções Tecnológicas e Instrumentos Financeiros, que reuniu cerca de 100 participantes – presenciais e híbrido – entre especialistas do agronegócio, produtores rurais, lideranças da indústria e representantes dos setores público e privado. O encontro tem como objetivo construir documento setorial com orientações, contribuições e recomendações alinhadas ao uso correto e sustentável do campo.

Com uma programação técnica robusta, este primeiro evento procurou articular soluções práticas, integradas e escaláveis para recuperação produtiva de pastagens degradadas, conectando tecnologias agrícolas, modelos de financiamento e políticas públicas. A abertura oficial contou com discursos do Presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão, do Representante do IICA Brasil, Gabriel Delgado, e da Presidente da Embrapa, Silvia Masshruhá.

Eduardo Leão considerou que o evento, além de promover a integração técnica, é uma oportunidade para trocar experiências, conhecer soluções e criar conexões que se transformam em projetos reais no campo. “Queremos trazer para a discussão, o papel da tecnologia nesse processo, que envolve soluções biológicas, sementes melhoradas, biotecnologia, defensivos químicos, agricultura de precisão e manejo integrado, e a necessidade de integrá-la à assistência técnica e ao financiamento inovador”, sintetizou.

De encontro ao contexto climático, o representante do IICA Brasil, Gabriel Delgado, situou a relevância do seminário para a COP30, que irá tratar dos desafios dos sistemas alimentares, e a importância da combinação junto aos sistemas ambiental, comercial e fitossanitário. “Que seja aqui no Brasil, um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo. Que a oportunidade da COP30, com um espaço coordenado para tratar dos sistemas alimentares, seja um marco na história das negociações internacionais ambientais do setor agrícola. Ela [o evento climático] precisa ser aproveitada para introduzir a ciência nas discussões da sustentabilidade”, expressou.

Em consonância, Silvia Massruhá, pontuou a necessidade de mostrar que a agricultura brasileira tem potencial agroambiental, especialmente em uma agenda mundial voltado ao clima. “Temos cada vez mais tecnologia, capacitação de pessoas, pesquisadores e além de tudo, produtores rurais empreendedores que querem adotar tecnologias. A agricultura regenerativa, com a IA [inteligência artificial] generativa, podemos fazer uma agricultura mais preditiva”, considerou.

Para fomentar as discussões, o workshop trouxe uma contextualização sobre a importância das pastagens recuperadas na agenda climática e na produção sustentável do Brasil e da América Latina, realizada pelo Sócio-diretor da Agroicone, Rodrigo Lima, especialista no tema, e pelo Coordenador de Mudança do Clima e Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Jorge Caetano Junior.

Em seguida, foram realizados dois painéis de discussão: o primeiro focado na integração de produtos e soluções tecnológicas; e o segundo em formas de viabilizar financiamentos à cadeia produtiva, com participação de produtores, associadas da CropLife Brasil, representantes do MAPA, Embrapa, ABAG, Rede ILPF, CAF, KFW e Banco Mundial, para definir as ações concretas a serem inseridas na construção do documento.

O seminário consolida a primeira entrega, dentro do pacote de compromissos das duas entidades com a agenda do clima, no contexto da COP30 a ser realizada novembro em Belém, Pará. Tais compromissos são resultado do acordo de cooperação técnica (ACT) celebrado entre a CropLife Brasil e o IICA.

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