Em parceria com o IICA, encontro reuniu representantes da academia e produtores rurais para discutir soluções que contribuam com proposta à agenda climática

A CropLife Brasil e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) promoveram nesta quinta-feira (25) o Workshop Técnico: Complementariedade de Tecnologias no Campo, com cerca de 70 participantes entre pesquisadores da academia, produtores rurais, lideranças da indústria, especialistas do agronegócio e representantes dos setores público e privado
Este foi o segundo encontro realizado pela associação com foco na COP30. Somado ao primeiro, sobre a recuperação de pastagens degradadas, o workshop integra a construção de um documento setorial com orientações e recomendações voltadas ao uso correto e sustentável das tecnologias agrícolas.
O objetivo é propor soluções práticas e escaláveis para o manejo da lavoura e o controle integrado de pragas, conectando esses arranjos à mitigação e adaptação às mudanças climáticas, à segurança energética e à competitividade do produtor rural.

A abertura oficial contou com discursos do Presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão, do Representante do IICA Brasil, Gabriel Delgado, da Chefe-Geral da Embrapa Meio Ambiente, Ana Paula Contador Packer, do ex-ministro de governo e enviado especial de Agricultura à COP30, Roberto Rodrigues e da jornalista apresentadora do Notícias Agrícolas e mestre de cerimônia, Carla Mendes.

Em sua fala, Eduardo Leão destacou o compromisso adotado pelo evento, enfatizando que a união entre ciência, inovação e cooperação é possível assegurar uma agricultura sustentável, resiliente e preparada para os desafios climáticos. “Essa discussão de hoje é mais uma etapa da jornada definida em conjunto com as nossas associadas e como isso se liga à mudança climática (…). Nós temos hoje uma perspectiva de ver uma agricultura cada vez mais reconhecida como parte da solução para os problemas climáticos e gerar resultados concretos em mitigação e adaptação”, apresentou.

Diante do impacto do Brasil na agricultura global, Gabriel Delgado, situou o papel do IICA na diplomacia agrícola e na relevância de parcerias no setor com foco na agenda climática. “Hoje, nosso desafio não é apenas garantir alimentos, mas pensar em uma nova diplomacia agrícola. Por isso, a parceria entre organismos internacionais, governos e empresas é essencial para enfrentar os desafios atuais, sempre com base em ciência e em políticas consistentes”, expressou.

Ana Paula Contador, conectou papel da pesquisa no desenvolvimento de tecnologias agrícolas “A academia tem a missão de estar na vanguarda do conhecimento e garantir que esse saber chegue a quem precisa. É essencial transformar pesquisas em soluções práticas, conectando ciência, setor privado e políticas públicas para garantir produtividade e rentabilidade”, posicionou em seu discurso.

Com a responsabilidade de apresentar ao mundo a visão da agricultura brasileira, Roberto Rodrigues compartilhou como está a preparação para a Conferência e adiantou que o setor está desenvolvendo um documento técnico que apresentará os avanços nos últimos 50 anos em ciência, tecnologia, empreendedorismo e políticas públicas, com resultados claros e transparentes. “A COP não é a COP do Brasil, nem apenas da floresta ou do clima. Todas as Conferências tratam dessas pautas de forma global. Mas, por acontecer aqui, na Amazônia e no nosso país, temos uma oportunidade histórica de mostrar ao mundo o que o Brasil tem feito e o papel central do nosso agro. É o momento de apresentar com clareza que a agricultura tropical é uma solução concreta para os desafios globais (…). Não se trata de propaganda, mas de um relato verdadeiro, baseado em números consistentes, que vai evidenciar como o Brasil construiu uma agricultura tropical inovadora, eficiente e sustentável”, concluiu.
Contextualização e painéis

Para iniciar e fomentar as discussões, o workshop trouxe uma contextualização sobre a adoção de tecnologias nos sistemas produtivos integradas às práticas de manejo, que permitam produzir e evitar impactos dos eventos climáticos extremos, com foco na redução de emissões de gases de efeito estufa (GEEs). A condução ficou por parte do Sócio-diretor da Agroicone, Rodrigo Lima, especialista no tema. “A COP30 será um momento estratégico para plantar essa semente dentro dessa agenda multilateral. Não existe solução única. É preciso combinar inúmeras tecnologias e práticas de manejo, dentro da realidade de cada país. Isso é uma evolução constante”, complementou.
Em seguida, foram realizados dois painéis de discussão: o primeiro focado em evidências e diretrizes no âmbito da academia e da pesquisa, com participação de especialistas de universidades e Embrapa e o segundo, expositivo por produtores rurais, com cases de sucesso praticáveis no campo.